Curtindo o Curta: História Trágica Com Final Feliz de Regina Pessoa

"As pessoas já não sabiam se era alguém que morria ou alguém que nascia... Mas uma coisa era certa: ninguém se importaria de partir assim."

História Trágica Com Final Feliz é um curta de Regina Pessoa  que estreou em 2006, no Annecy International Animated Film Festival e despertou a atenção do público e da crítica, conquistou tanto que o curta foi ganhador de inúmeros prêmios.

 Era uma vez uma menina cujo o  coração batia mais rápido do que o de todas as outras pessoas. O barulho do seu coração incomodava todos os que a rodeavam,  e eles não conseguiam disfarçar o desconforto que sentiam em relação a ela, e ela a tristeza que sua gritante diferença causava.

A menina dizia que tinha nascido com o coração de um pássaro, mas os demais achavam que ela era louca. Aos pouco o seu coração foi deixando de ser sentido pelos habitantes, se acostumaram com o coração que batia tão rápido, e ela começou a ser indiferente a eles, até que um dia, algo especial aconteceu, e as pessoas puderam ver que ela era especial, mostrando que que era muito mais do que os outros pensavam.

É fácil perceber porque o curta recebeu tantos elogios e prêmios. A animação portuguesa traz um enredo simples mais ao mesmo tempo complexo e sensível, narrados ao estilo singelo de uma fábula, que ao final deixa uma sensação de saudade e felicidade perdida.

A partir de gravuras e desenho em carvão, conhecemos uma mocinha que isola-se da sociedade para esconder a sua diferença, abrigando-se em um mundo solitário, mas que aos poucos se aceita como realmente é, e está preparada para mostrar ao todos porque é tão especial e ganhar a sua liberdade, em contraponto os habitantes do lugar quando vão se esquecendo da garota, vivendo sem ritmo, ausente, até que com a partida da garota, estabelece-se um vazio, uma tristeza e no fim tudo se torna silêncio.

Enfim um curta com uma linda história poética para pensar, refletir sobre a vida, as pessoas, situações, liberdade, e o melhor, nos aceitarmos como somos, independente da opinião dos outros!