Sinopse: Hoje, quando você sair à procura de Yancey, o Rimador, e tiver de abrir caminho em meio às prostitutas, aos valentões e aos viciados loucos por mais um dia de cheirada ou um trago, você irá se deparar com o corpo de uma criança. O cadáver exala um odor que não é dele, um cheiro que recende a magia e a um lugar, se Sakra quiser, para o qual você jamais irá querer voltar. Não fique tempo demais de bobeira perto do corpo; os gélidos vão querer saber o que você fez e o que há na sua bolsa. E quando eles te pegarem, é para a Casa Negra que você irá, onde o Comandante fará uma oferta que você não terá como recusar. Bem-vindo a um mundo como nenhum outro, com uma linguagem estranha e rica e uma violência tão sombria quanto o mais negro dos noires.
A Literatura Fantástica dominou o mundo, vemos livros e mais livros recheados de temas sobrenaturais, mas já estamos tão acostumados que já não nos surpreendemos tanto, mas O Guardião de Daniel Polansky (lançado no Brasil pela Geração Editorial) veio para nos tirar da mesmice, Daniel criou um enredo que ao mesmo tempo nos lembra de alguns trillers, mas nos traz uma certa originalidade ao criar a sua história em um mundo totalmente seu.
O Guardião é uma mistura de romances policiais, terror, suspense e ação, classificado como Fantasia Noir, onde seus personagens vivem suas vidas comuns, sem se preocupar com muita coisa, onde os ricos dominam e esbanjam e os pobres lutam para sobreviver, mas que o crime ainda é algo que mexe com muita gente, mesmo aqueles com os corações mais duros.
O Guardião – que em nenhum momento seu nome verdadeiro é citado – é um homem assombrado com seu passado, sobrevivente das guerras e da Peste Vermelha, não consegue viver longe das drogas (como Sopro de Fada) e além de usá-las ele as trafica, é violento quando necessário, já foi um respeitado e impetuoso agente da Casa Negra, mas preferiu a vida do submundo da Cidade Baixa, onde vive em uma pousada humilde com seu grande amigo Adolphus, que apesar da aparência bruta e fala grosseira esconde um grande coração.
A vida tranquila do Guardião é abalada logo depois dele encontrar o cadáver de uma garotinha desaparecida, ela fora estuprada e assassinada de forma brutal, apesar da vida devassa e desregrada que vive o Guardião fica assombrado com a morte da menina, e sua consciência lhe diz que ele deve investigar o assassinato, ele parte em busca do seu principal suspeito, mas ao presenciar como um ser mais terrível que jamais viu na vida destruir com seu suspeito, ele tem certeza absoluta que o seu principal assassino é um usuário da "Arte" (feiticeiro), mas ele precisa correr contra o tempo pois a Casa Negra o tem como suspeito, mais crianças começam a morrer, e para que possa impedir que mais morte inocentes e provar que não é o autor das mortes ele terá que se enveredar por uma trama repleta de segredos sombrios.
Porém ele tem seus poucos amigos que precisa proteger, além de seu novo aprendiz, o menino Garrincha, que tem a mania de nunca obedecê-lo, só que não pode confiar em ninguém, mas a verdade se aproxima e será mais tenebrosa do que ele poderia imaginar.
Polansky criou um mundo de fantasia que impressiona, localizado nas Treze Terras, em Rigus, principalmente na Cidade Baixa, onde acontece a história. Com uma escrita bem elaborada e simples, recheado de um clima sombrio e um linguajar um tanto vulgar, vamos conhecendo um pouco desse mundo diferente, onde as pessoas convivem tranquilamente com a magia, guerreiros lutam por sua glória, e feiticeiros são levados a batalhas para vencer grandes guerras e criaturas horríveis de outro mundo podem ser invocadas e com seu poder desproporcional, fazem tremendos estragos.
Povoado por suas raças (Dren, Kirens, Rouender...) que convivem em harmonia e em desarmonia, crenças, deuses e religião (Igreja de Prachetas, o Primogênito, Daevas, Sakra...) a trama de crime, violência e prostituição se desenrola.
Apesar do enredo se passar em um mundo de fantasia, é um cenário muito familiar, Rigus é uma mistura de uma Londres do século 19 com figuras interessantes das cidades americanas, como os Gangsters. Em tudo isso é representado o preconceito social, o racismo, o crime, a corrupção, o ódio, o desejo de vencer, mesmo que para isso tenha que se aliar ao mal, mas também a compaixão, o amor e o desejo de justiça..
Em meio a todo esse caos se destacam personagens fortes e marcantes e com noção de valores como Adolphus e sua esposa, garotos que lutam para sobreviver em meio a miséria e a violência como Garrinha, praticantes de magia com um certa dose de mistério através de Grou e Célia, um pouco de corrupção tanto na alta nobreza quanto na Casa Negra.
Polansky soube mesclar o mistérios, o suspense e o sombrio em O Guardião, colocando algumas cenas de ação aqui e ali, resolvendo enigmas ao poucos, uma dose de terror, e culminando em um final surpreendente e inesperado. Enfim Cidade das Sombras é sombrio, corajoso, dúbio, e que só lendo entenderá essa trama envolvente.
Kézia, muito legal sua resenha, Daniel Polansky tem tudo para se tornar um autor consagrado aqui no Brasil, trabalho na editora que o lançou aqui no Brasil e estamos orgulhosos do resultado do livro até aqui (em vendas e crítica).
ResponderExcluirGrande beijo.
Oi Kézia!
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, mas também não me interessei muito pela história... :(
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Kézia, preciso ler esse livro, acredito que ele tem todo o potencial para vender bem por aqui, pegando carona no gênero que, como você disse, está crescendo muito. Só a capa já havia me chamado atenção, mas com a resenha fiquei ainda mais curioso para ler ;)
ResponderExcluirBeijos.
Gostei da história... Gosto desse estilo de história mais sombria, de fantasia! A capa transmite bem isso...
ResponderExcluirAdorei a resenha!!!
Bjus.
Oi flor,
ResponderExcluirNao conhecia ess elivro ainda mas pareceu bem interessante mas mais legal ainda pareceu para meu exceletissimo namorado que adoraaa generos de fantasia vou falar apra ele.
Bjksss
Raquel Machado
Leitura Kriativa
http://leiturakriativa.blogspot.com/
Claro. Você ganhou o livro da editora, só podia falar bem dele! O livro é o pior do gênero. Daniel é tão amador que não sabe o que escreve. Misturou vários gêneros literários e fez uma salada de caroços de angú e de jaca que não levam a nada. Há tantas pontas soltas no livro que chegam a dar nó e estrangular a narrativa. Lamentavelmente, o meu eu comprei. Prejuízo total!
ResponderExcluirCláudio - Sorocaba