sábado, 5 de maio de 2012

As Guerras do Mundo Emerso: A Seita dos Assassinos - Licia Troisi

Sinopse: Nesta trama, passaram-se apenas quarenta anos da grande guerra que acabou com o reinado de Aster, o Tirano, mas a região continua em busca de paz. Dohor, o Cavaleiro de Dragão que se tornou o rei da Terra do Sol, cada vez mais estende a sua influência às Terras Emersas, mas ele não é o único a tramar em busca do poder. Composta por homicidas, a misteriosa Guilda dos Assassinos ressuscitou o culto sanguinário de Aster. Dona do obscuro dom de matar, Dubhe, de 17 anos, é uma das recrutadas pela seita para levar a cabo seus planos, embora a jovem tenha jurado nunca mais tirar a vida de alguém. Magia, mistério e heroísmo estão de volta em mais uma aventura épica.

Pra quem ainda não conhece, a italiana Licia Troisi estreou suas histórias no mundo fantástico com a trilogia Crônicas do Mundo Emerso (todos resenhados aqui), com um antagonista conquistador de terras e destruidor de almas, uma jovens guerreira e um jovem mago que vivem seus dilemas enquanto passam por uma jornada de aventuras e perigos, numa linguagem sensível que une a ação e os conflitos interior de seus dois protagonistas.
Agora vamos embarcar em uma nova trilogia de Troisi, As Guerras do Mundo Emerso,que traz uma nova abordagem, ela utiliza uma anti-heroína em seu personagem principal, uma jovem ladra de uma Guilda que apoiou o Tirano em suas conquistas. A aventura ganha mais ação e muito mistério e mostra porque a italiana se tornou uma popular escritora de fantasia.

Em A Seita dos Assassinos, se passaram quarenta anos da batalha em que Nihal e Senar derrotaram o Tirano, o Mundo Emerso está se recuperando, e muitos já não lembram dos dias ruins,  mas algo sutil está no ar, Dohor, um dos Cavaleiros de Dragão que lutou nesse conflito, agora governa a Terra do Sol, e lentamente está expandindo sua influencia para as demais terras e subjugando-as.
Na Selva vive Dubhe uma criança simples e feliz com seus amigos, mas que acaba cometendo um crime horrível contra um de seus amigos e é expulsa de Selva para longe de seus pais, da sua segurança e de seu conforto. Ela tem que viver por si mesma e experimentar os horrores da fome, da guerra e do medo, até que é salva por  um ex-membro do famigerado culto A Guilda, dedicado ao Tirano-deus Áster, e que fará dela uma perfeita assassina, porém ele faz Dubhe reforçar um juramento que fez, jamais tirará a vida de um ser humano.
Agora com 17 anos Dubhe mora em Makrat, e para sobreviver, ela é uma ladra, e uma das melhores, e foge da Guilda a muito tempo, pois eles tem um interesse especial nela, pois acreditam que ela é uma criança da morte. Mas de um momento para outro, ela passa a ser o centro das atenções na Guilda, mas se nega a aceitá-los, porém em uma de seus trabalhos como ladra Dubhe acaba recebendo um selo de magia negra em sua pele, uma terrível maldição, que a deixa transtornada, assim ela vai a procura de Yeshol o sacerdote supremo da Guilda e o braço direito do Tirano, antes dele sucumbir.
Mas a cura de Dubhe só acontecerá se ela se sujeitar a guilda, ela terá que adorar Thenaar, o deus da morte e da escuridão, que exige constantemente o derramamento de sangue, mas para se salvar e evitar que inocentes morram, ela aceita essa condição, mesmo odiando a si mesma por sua fraqueza, mas em seu coração nunca deixará de lutar, pois de um jeito ou de outro, ela encontrará uma forma de se libertar.

A autora segue contando suas histórias inacreditáveis no Mundo Emerso, só que de um angulo diferente, de uma forma mais sombria, ela começa a narrar pelo lado do mal, o mal tomando forma, o mal ressurgindo, subjugando, aparecendo de uma forma sutil até sufocar... 
Para quem estava acostumado com Nihal e Senar é difícil se render as primeiras paginas que começam a contar as aventuras de Dubhe, já que o enredo se passa quarenta anos depois e Senar e Nihal se mudaram do Mundo Emerso. Mas quando se estabiliza e se vê que ainda é a história do Mundo Emerso, só que com outro personagem, Dubhe começa a conquistar, com seus conflitos, suas fugas, sua maldição, seu destino incerto, que oscila entre o bem e o mal....
Mas o que prende são mesmo os mistérios, eles vão sendo revelados muito, muito lentamente, tão lentamente que se tornam tensos, até mesmo frustrantes, e quando algo significativo acontece é muito interessante, principalmente quando novos personagens entram na história, nesse momento você não vai querer lagar o livro de jeito nenhum.
O único detalhe que pode deixar o leitor indeciso entre gostar ou não gostar da obra, é o fato de que Licia embarca verdadeiramente no mundo da Guilda e mostra as atrocidades e o fanatismo dos membros da seita, e isso é bem diferente pra quem sempre está acostumado a ler o lado do bem em mais evidencia do que o lado do mal, quando lemos uma batalha sempre imaginamos o que o mal pode fazer, mas nunca é retratado de forma direta e palpável como em A Seita dos Assassinos, mas é isso também que faz a obra ter uma certa originalidade, que pouco se vê hoje em dia.
Em A Seita dos Assassinos, Licia continua com sua narrativa sensível, introspectiva e psicológica de cada personagem, e nos coloca em um Mundo Emerso que jamais passaria por nossas cabeças, em tramas mais do que malignas, e colocando mistérios atrás de mistérios sendo enrolados e desenrolados como um teia, que vai sendo tecida, muito, mais muito lentamente.

Um comentário :

  1. Ei, Kezia.
    Faz tempo que nào visito seu blog. rsrs Ando tão sem tempo.
    Confesso que li somente parte da sua resenha, pois ainda não li os livros. Tenho a série completa, mas falta tempo. rsrs
    Bjs

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