sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Insônia - Stephen King

Sinopse: Narra o verdadeiro inferno que se transformou a vida de Ralph Roberts, um pacato aposentado que não consegue mais dormir em paz desde que a mulher morreu. O sono não chega e, o pior: a escuridão o arremessa à hiper-realidade. Acontecimentos horríveis envolvendo o povo de Derry, no Maine, onde sempre viveu, surgem como flashes em sua mente. Do dia para a noite, Ralph se vê desesperadamente envolvido em um mundo de terror. E tudo o que ele gostaria era de dormir em paz.
Mas Ralph não está sozinho nesse jogo de alucinações inexplicáveis. O químico Ed Deepneau também anda percebendo que coisas estranhas acontecem ao seu redor. Subitamente, os velhos amigos tornam-se inimigos numa guerra entre mundos invisíveis. Por que foram escolhidos? Que missão esperam deles?
Ralph e Ed precisam tomar cuidado. Ao lado, pessoas estão à espreita, mas eles não podem ver. E um fio tênue, que a todo momento ameaça desatar, sustenta suas vidas. A verdade é que a pacata cidade de Derry, na Nova Inglaterra, esconde um batalhão de forças negativas que não para de agir. O sobrenatural há muito tempo vem rondando o lugar. Agora, Ralph faz parte dele. E seus amigos também.

“Cada coisa que faço, faço-a depressa para poder fazer mais outra”

Com o surgimentos de novos autores que nos conquistam com suas história, seus enredos simples, personagens cativantes que encantam, passamos a prioriza-los e lê-los com mais avidez, e a achar que suas escritas são bons, e na verdade são, são boas histórias, boas escritas, bons argumentos.
Porém quando paramos para ler as obras como as de Tolkien, Brontë e até mesmo o nosso popular George Martin, elas nos mostram o quão a literatura atual é desprovida de complexidade, profundidade, e até mesmo descrições mais detalhadas que nos dão uma visão mais ampla da história que se lê, que as histórias atuais são boas, mas não são ótimas ou até mesmo mais do que ótimas, são apenas boas.
E ler Stephen King é isso, é ler algo mais do que ótimo, é ler uma história que nos faça refletir sobre o que se está lendo, apreciar a forma de escrita, explorar os personagens em sua totalidade, erros, acertos, e claro um aprofundamento de personalidades complexas, com um enredo complexo e um desfecho complexo que fazem com que a nossa mente trabalhe, não fique apenas em uma zona de conforto a qual passamos a nos acostumar
Insônia, a obra de King que foi lançada em 1994, classificada como terror, mas que na verdade está mais para um romance sobrenatural, traz tudo isso, toda essa complexidade que nos força a parar e ler de uma maneira que estamos nos desacostumando, nos obriga a sair da nossa mesmice e ajuda a exercitar a nossa inteligência, a nossa sagacidade, o nosso raciocínio e nos faz embarcar em uma aventura surreal, que nos faz imaginar que se tudo isso pode ser real ou não.

“O que está feito não pode ser desfeito”

Ralph Roberts,  é um viúvo aposentado, após alguns meses depois de morte de sua querida esposa, começa a sofrer de insônia. Ele lê livros, pede conselhos aos amigos e tenta todos os tipos de remédios recomendados para que possa acabar com sua Insônia, mas nada funciona.
A situação começa a se agravar, e depois que Ralph ajuda sua amiga Helen que foi espancada pelo marido Ed, ele começa a ver coisas, coisas que outras pessoas não podem ver, coisas invisíveis e intocáveis, uma manifestação de cores em cada pessoa que passa do seu lado, e acaba descobrindo que essas cores são as auras das pessoas.
Ele acha que está enlouquecendo, que há algo de errado com ele, pois depois de uma conversa surreal com seu ex-amigo Ed, acredita que pegou a loucura de seu vizinho. Porém ele descobre que sua querida amiga e amada Lois Chasse também está sofrendo de Insônia, e está vendo as mesmas coisas que ele. Assim ambos passam a ver os três doutorzinhos carecas, e descobrem que estes estão diretamente relacionados a algumas mortes em sua vizinhança e  que o  único doutorzinho malvado foi responsável pela mudança radical do temperamento de seu vizinho Ed.
O Casal fica sabendo que foram escolhidos por forças superiores para participarem de uma luta entre as forças do Desígnio e do Acaso e derrotarem o Rei Sanguinário. Apesar de não saberem porque estão nesse jogo, eles descobrem que tem estranhos poderes e que não está absolutamente sozinho nesta estranha  batalha.
Em meio a tudo isso uma defensora do aborto e defensora de mulheres que são espancadas - Susan Day - está para vir a cidade e isso está causando um grande alvoroço na cidade, violências por toda a parte. E Ralph e Lois descobrem que a guerra estará começando com a chegada da mulher e que devem fazer de tudo para que uma tragédia terrível não aconteça. Ambos lutaram contra o tempo para que morte não chegue perto daqueles que amam.

Insônia tem como personagem principal um velhinho de 70 anos, que vive  uma aventura muito louca. O enredo inicial pode não chamar a atenção de muitos leitores, principalmente de alguns jovens leitores, e tenho certeza que ao lerem os primeiros capítulos do enredo abandonarão logo em seguida, porque apesar de ser uma história muito boa, seu inicio é lento e cansativo.
Mas ao decorrer de cada página a história vai tomando forma, envolvendo e deixando o leitor apreensivo, tenso, assustado e muito curioso. Dessa forma King narra a história de um velhinho com virtudes e defeitos em uma aventura fantástica e o transformando em um herói formidável.
Além de uma trama recheada de ação, fantasia e mistérios, Insônia aborda assuntos deveras importantes que nos fazem pensar. Temas como aborto, violência doméstica, velhice, vida após a morte, a morte em si, um mundo detrás do nosso mundo, o limite entre a realidade e a loucura, quais sacrifícios podemos fazer em prol das pessoas que amamos, companheirismo, amor, a vida simples com os amigos e muitos mais.
Mas o foco principal é nos questionar se há algo além do nosso mundo real, além daquilo que estamos acostumados a vivenciar todo dia.  Será que temos mesmo livre- arbítrio para decidirmos nossos destinos ou a nossa vida já está predestinada desde o início? Será que existe um mundo além desse que nosso olhos estão acostumados a ver?
Enfim, como escrevi anteriormente, Insônia é um livro inteligente e sagaz que leva o leitor a inúmeras possibilidades e questionamentos, e que nos presenteia com um final estarrecedor e empolgante.

4 comentários :

  1. Kézia, King é um dos meus autores preferidos!! Mas esse eu ainda não li. Adorei a resenha e já fiquei atiçada para ler kkkk bjs

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  2. A resenha ta muito boa,
    mas o livro não me chama atenção nenhuma

    Beijos
    @pocketlibro
    http://pocketlibro.blogspot.com.br

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  3. Oi flor,
    Nossa agora tu pegou pesado ahuahua não tem comparação ler algo de alguem que tem anos de escrita como o King ne??ihihhi...olha sinceramente eud evo ter lido uns dois livros dele ate hoje assiste todos os filmes e sinceramente acho ele o genio do terror e não sei como pode passar tanto naquela cabeça dele.eheh...
    Bjss
    Raquel Machado
    Leitura Kriativa
    http://leiturakriativa.blogspot.com/

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  4. Não queria comparar Tolkien com King. Se dessem folhas para eles apenas para descrever um acontecimento, King usaria apenas algumas linhas para descrever a sensação do acontecimento,de um modo poético e sentimental, enquanto o King usaria todas para descrever detalhadamente como é. Um nos faz sentir e o outro nos faz vê. King faz refletimos e Tolkien amplia nossa imaginação. Tão diferentes que uma comparação entre eles é nula.

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