sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Inocência - Visconde de Taunay

Sinopse: "Inocência" é um marco do Romantismo e também um dos melhores exemplos de literatura regionalista, revelando detalhadamente a vida sertaneja do interior do Mato Grosso na metade do século passado. Fiel à tendência romântica, o romance possui no seu núcleo uma história de amor impossível: a jovem cabocla Inocência está prometida por seu pai ao rude sertanejo Manecão, mas apaixona-se pelo forasteiro Cirino, gerando uma série de conflitos devido ao rigoroso código de honra da época.

"Com certeza para o público atual há uma certa dificuldade em ler um romance escrito no sec. XIX. Pode parecer uma tarefa pouco prazerosa, e além da dificuldade de compreender bem o sentido das palavras e expressões, das estranheza da cultura do século passado. Por isso poucos jovens sentem qualquer vontade de lê-los. Mas não se deve usar esses pretextos para deixar de ler nossos clássicos.

É numa região rústica do interior do Mato Grosso do Sul que transcorre a história. Única filha de Martinho dos Santos Pereira, um viúvo que vive num sitio isolado. Um dia em uma de suas viagem ele encontra Cirino no caminho, um prático de farmácia que se passava por médico. Ele é levado de bom grado por Pereira a sua casa para que ele tratasse da saúde de sua filha Inocência.
Assim que ele a vê, toma-se por uma paixão arrebatadora. Apesar de Inocência viver praticamente reclusa no fundo da casa, os breves contatos com Cirino, também despertam em Inocência a chama da paixão.

Mas isso perturba tanto Cirino, quanto Inocência, pois ela está prometida ao Manecão, um rude vaqueiro do lugar, e jamais Pereira estaria disposto a desconsiderar o compromisso. Ambos se veem desesperados para ficarem juntos, mas temem o que pode acontecer se caso Pereira descubra o amor deles. Juntos tentam achar uma maneira de ficarem juntos sem ter que desonrar a família de Inocência.

O romance Inocência faz parte da tendência regionalista, lançado em 1872, esse romance alcançou popularidade, sendo até hoje um dos mais lidos e reconhecido pela crítica.
O mais interessante desse livro romântico e que Taunay evitou o sentimentalismo exagerado de outro escritores românticas. Evidenciando em seu livro demonstrando conhecer bem a região, descreve o espaço com detalhes realistas e explora bastante a linguagem pitorescas dos personagens.

Além de retratar muito bem o código moral da época, quando Pereira diz que prefere ver a filha morta a sua desonra. Um interior do Brasil, com seus tipos humanos característicos e suas rígidas normas de comportamento social e familiar.
Inocência é vista como uma história de amor e de paixão despertada naturalmente por dois jovens, mas é aquela paixão impossível porque não corresponde à vontade dos pais, além de ser também um amor perigoso, por ser despertado de modo repentino e avassalador.

O romance é trágico, e tem um final triste. Mas cada um demonstra de forma até mesmo desesperadora o amor que sentem, capazes de morrerem se ficarem um sem o outro.
Graças a Deus não vivi naquela época, pois a mulher era totalmente desvalorizada e tidas como levianas, por mais "santa" que se fosse, e muitos pais consideravam um desgraça ter uma filha mulher, pois só dava trabalho e preocupação.

A única dificuldade mesmo para se ler esse livro são as palavras regionalista, que faz com que se perca a cadência da leitura, para poder interpretar o que se foi dito. Mas se você não se importar com isso, terá uma boa leitura."

7 comentários :

  1. eu li pra escola, século passado, e não me lembro muito bem... mas sua resenha ficou joiada!

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  2. Pra mim, o problema maior de ler esse tipo de livro nem é a história se passar há mais de um século, mas sim o caráter rural da maioria. Eu sou uma típica "menina da cidade", sabe? Coisas de interior não me atraem, hehe.

    Ótima resenha.

    Beijos

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  3. Naum faz muito o meu tipo de livro naum mas sua resenha tá mto legal!!!

    http://conversandocomdragoes.blogspot.com/

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  4. Kezia, acho que faltei nesta aula... não conhecia este clássico... kkk

    Obrigada pela dica, quem sabe um dia...

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  5. Kèzia, não sei se é o meu computador ou se é velhice, mas a letra ficou clara e não consegui ler direito a resenha. Pelo o que consegui, me pareceu bem interessante. Não foi feito um filme a partir desse livro? bjo

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  6. Também tive dificuldade em ler o texto do post...acho que a cor da fonte é muito clara. Bem, pela resenha percebe-se ser uma excelente leitura. Espero ter a oportunidade de lê-la.

    Beijocas

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