Perdida - Carina Rissi

Sinopse: Sofia vive em uma metrópole, está habituada com a modernidade e as facilidades que isto lhe proporciona. Ela é independente e tem pavor a menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são os que os livros lhe proporcionam. Mas tudo isso muda depois que ela se vê em uma complicada condição. Após comprar um novo aparelho celular, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem ter ideia de como ou se voltará. Ela é acolhida pela família Clarke, enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de voltar para casa. Com a ajuda de prestativo Ian, Sofia embarca numa procura as cegas e acaba encontrando algumas pistas que talvez possam leva-la de volta para casa. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos...

"eu quero tanto tocar você que perco a noção de certo e errado. Que quando você me toca é quando me sinto mais viva. E que, quando me beijou, foi como se finalmente minha vida tivesse começado. Que até agora eu estivesse adormecida esperando que você me despertasse."

Os autores nacionais a cada dia estão me surpreendendo mais e mais. Perdida foi parar na lista de leitura por causa da capa, tinha lido bem poucas resenhas do livro e não sabia do sucesso enorme do mesmo. Apesar de um tema arriscado - viagem no tempo - decidi aventurar-me, já que é algo que gosto muito, mas poucas pessoas sabem escrever a respeito, já que é um tema em que a lógica fica totalmente confusa. Não foi uma das melhores explicações para a viagem no tempo, mas funcionou, e muito. E foi uma agradável surpresa viver as aventuras da moderna Sofia em um mundo tão diferente do nosso, em pleno século XIX. 

Sofia é uma jovem de 24 anos que leva uma vida independente, mas não tem a vida que sempre sonhou, formada em administração, é obrigada a trabalhar em um escritório que odeia, mas precisa se virar para pagar as contas, orfã de pais sempre deu duro para sobreviver. Graças a sua inseparável amiga Nina, Sofia suportara todos os obstáculos que a vida lhe impusera. Mas Sofia tem muito mais problemas do que um emprego ruim e um salário mal remunerado. É super dependente da tecnologia, nunca imaginou viver sem o conforto e a facilidade que lhe proporciona, principalmente seu celular, nunca se apaixonara na vida, sempre se achara auto-suficiente e nunca conseguiu se envolver com a alguém de verdade. 

Um dia Sofia decide sair com Nina e o namorado dela Rafa para esquece os seus problemas e tem uma noite daquelas, acorda com uma terrível ressaca e deixa seus smartphone cair na pivada, mas não consegue fazer com que ele funcione e acaba saindo para comprar um celular, e vai parar em uma loja com a vendedora mais estranha que já conheceu e acaba comprando um celular bem misterioso. Caminhando de volta para casa Sofia acaba tropeçando e vê uma luz, quando dá por si, está em um lugar bem diferente, e bem a sua frente está o homem mais lindo e mais estranho que Sofia já viu, Ian Clarke. 

Ian surge em seu cavalo e encontra Sofia descabela, suja de sangue e mal vestida, totalmente perdida e desesperada, ele acredita que ela fora atacada por ladrões, e decide levá-la pra sua casa e cuidar dela até que se recorde do que aconteceu. Sem entender nada Sofia descobre que está no passado, pior no séc. XIX, ao lado de pessoas cheias de regras e etiquetas, sem a tecnologia que tanto ama, e pior (ou melhor), ao lado do homem mais lindo e gentil que conheceu em toda a sua vida. 

Vamos dizer que Perdida é um conto de fadas moderno com uma pitada de fantasia e muito chick lit. O livro é simples, leve e divertido. Uma leitura fácil e rápida e que com certeza faz o leitor se apaixonar, é uma agradável surpresa. 

Lendo o livro do ponto de vista mais crítico, ele deixa a desejar em vários momentos, como uma melhor descrição dos costumes de um Brasil do sec. XIX, comportamentos de uma sociedade, e conversas mais inteligentes em vários pontos da história, e momentos irritantes da mocinha que age de forma infantil. 

Mas o que torna o livro fascinante (pelo menos para mim), é a forma como o romance vai se desenvolvendo, é o contraste entre as culturas, é o modo de manter a protagonista totalmente moderna e desmiolada, sem querer alterá-la em nada, principalmente as suas constantes gírias, é isso que faz a fórmula de Perdida ser tão boa. 

Carina apostou em dois personagens completamente diferentes. Ian difere de todos os personagens que tenho lido ultimamente, gentil, educado, compreensivo, fiel, responsável, mas com um senso de decência bem forte e segue o que acredita. Já Sofia é o resumo de todas as malucas que vivem nesse mundo doido de hoje, apesar de algumas de suas atitudes não ter me agradado, ela consegue passar o esteriótipo de mocinha moderna dos nossos tempos. 

O romance dos dois é que mantem todo o interesse do livro, Ian é o melhor personagem do livro, Sofia também é interessante, mas Ian é o que se destaca muito mais. Não tem como não se envolver com as aventuras de Sofia, nem como não rir dos momentos mais cômicos da história. 

O livro me conquistou, recomendo para todos os leitores, aqueles mais críticos, devem lê-lo como uma forma de passatempo bem leve, não vai se arrepender com certeza, e nem será tempo perdido.